Antes dos Sarney, umclãnotórioporformação de quadrilha, digo, formação de família, foi os dos irmãos Frank e Jesse James, no VelhoOesteamericano. O cinema os imortalizou emváriosbangue-bangues.
Sim, eles eram apenasdois, mas a família se compunha também dos irmãos Quantrill e Ford, trêsouquatro de cadaum. Juntos, usando máscara e aquelas sugestivas capas de viagemchamadas guarda-pó, eles assaltavam trens, bancos e diligências – nãoparadar aos pobresmasdarparaelesmesmos, quetambém eram pobres, atéque, comtantosassaltos, deixaram de ser.
Os Sarney, compostos do patriarca Ribamar e váriosfilhos, se expandem emváriosnetos, sobrinhos, genros, noras e cunhados, todoscomgordosempregospúblicos. Comoamebasque se dividem e se multiplicam, os Sarney incluem também as namoradas deles, e até os irmãos delas, numa insaciávelfomeporvagas no Senado – vagas essas que, uma vez ocupadas, tornam-se “da família”.
Embora pudessem se nomear uns aos outros, a ditaconquista de espaçospassapelocrivo do Sarney-mor, o qual cuida de que a família tenha tambémgente de fora, tipocafeteiras e agaciéis, paragarantir o funcionamento da ciranda. Quenão se destina, evidentemente, à conservação desses empreguinhos, mas ao uso deles para o bomandamento dos negociões.
Umdia, Jesse James, chefe da família, digo quadrilha, resolveu se aposentar. Suacabeça estava a prêmio, e a recompensaporquem o entregasse, vivooumorto, era polpuda. Bob Ford, um de seusasseclas, estava na pindaíba. Sabendo onde o ex-chefe morava, foi atélá e, disparando pelajanela, matou-o pelas costasenquantoele pendurava umquadro. Se Jesse tivesse se aferrado ao posto, conservado suamajestade, ninguém o trairia.